A festa acabou:
o escravo não veio
a mucama não veio
o palhaço não veio
o silêncio gritou
o crioulo falou
a bola furou
o circo partiu
o pão velho mofou
o antigo bolo – a crescer e então ser dividido –
solou
e tudo parou e tudo ruiu e tudo mudou!
Agora é José!
Nem se você gritasse?
Nem se você gemesse?
Nem se você tocasse a valsa vienense?
Não.
Agora é José!
José que tem dente
José que não mente
José que é gente
que sente, potente,
que é inteligente
e afinal entende
o papel de mané
indigente antes pregado à sua testa:
não lhe presta, não lhe rende, só o vende
barato. Chega!
Agora é José!
José orgulhoso
José altivo
José só de si cativo
cioso e redivivo
Moto-contínuo progresso
impresso no rosto liso,
sereno ou teso
de todo e cada ex-qualquer-um que
hoje bate no peito e diz:
Agora é José!
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