O título deste texto é uma quase-paráfrase do que dei a um outro, científico, publicado recentemente pela Revista Boitatá (do Grupo de Trabalho de Literatura Oral e Popular da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística – ANPOLL - disponível em < http://www.uel.br/revistas/boitata/volume-12-2011/B1214.pdf >). Naquele, bem como em outros textos oriundos da pesquisa de doutoramento que desenvolvo atualmente, assumi o risco de relacionar a voz dos intérpretes de sambas-enredo das escolas de samba do Rio de Janeiro a uma herança mítica que os eleva à condição de poderosos heróis sobre-humanos, de semideuses, como Orpheu e Íon – ambos filhos de Apolo, o deus da Arte na mitologia grega. O fio condutor para desenvolver esse argumento foi a observação dos “gritos de guerra” desses cantores à frente de suas escolas num momento crucial do desfile oficial. Naquele instante, o cantor está com o microfone nas mãos e absolutamente só
Alguns lugares, à primeira vista, encantam. Então chegamos mais perto e, bem de perto, muitas vezes vemos que eles não têm nem beleza nem feiúra; que, na verdade, não repelem, tampouco atraem, não dizem nem calam. Entendemos, enfim, que existem lugares vazios até de negativas. Com muitas pessoas pessoas acontece exatamente o mesmo. Deus me livre!