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Mostrando postagens de 2010

Tempo de escolhas

Soube, por e-mail, da demissão de Maria Rita Kehl do jornal Estado de São Paulo, por posicionar-se contrariamente à opção declarada do jornal paulista no tocante às eleições presidenciais. Resolvi, então, escrever umas coisinhas sobre como vejo o tempo de escolhas que vivemos. O período eleitoral é sempre um tempo interessante pelo quanto de crenças  e de práticas - às vezes inconscientes -  ele revela. O devaneio juvenil e separatista comum em algumas capitais brasileiras é uma dessas práticas, evidenciadas reiteradamente nos últimos dias, veiculadas pelo discurso cegueta de defesa da meritocracia neoliberal como contraponto a um alegado assistencialismo populista. Esse embate está no âmago de muitos outros discursos, como a questão das ações afirmativas (o sistema de cotas raciais/sociais, por exemplo), dos programas estatais de distribuição de renda (as "bolsas" que os governos distribuem entre a população miserável), e da expansão da rede de ensino superior público

Sobre o novo "Tropa de elite"

Será que na Av. Atlântida (em Copacabana, RJ) o sono seria tão tranquilo assim? Estreia mês que vem o filme "Tropa de elite 2". Tudo indica um novo estrondoso sucesso. Mais violência, mais tortura (provavelmente), mais de uma suposta "realidade dos fatos". A vantagem (comercial), de novo, é que, pelo menos, tudo isso é made in Brazil . Não vou comentar o filme aqui, até por que ainda não pude assistir a ele. No entanto, vou propor um exercício: vou transcrever abaixo um texto que escrevi sobre o primeiro "Tropa de elite". O artigo ainda é inédito, por razões evidentes - pelo menos pros menos inocentes. Será que minhas opiniões de então, há dois ou três anos, continuam pertinentes em se tratando no segundo episódio da saga do Capitão Nascimento? Espero os comentários... Tropas e elites É necessário lembrar, logo no início, que “tropa” é substantivo coletivo. De burros. “Elite”, por sua vez, é o vocábulo que nomeia o melhor de um grupo social.

Nova Universidade Federal

Meus caros, nosso país está realmente mudando. Contrariando interesses socioeconômicos medularmente arraigados em parte de nossa gente - nem sempre consciente deles, é verdade, mas nem por isso imune aos seus efeitos colaterais - nosso país começa, sim, a dar oportunidades efetivas de desenvolvimento para a parcela mais sofrida de seu povo. Nesse sentido, doa a quem doer, graças ao (dito) ignorante, (alegado) analfabeto, e (autoaclamado) operário Lula. Tomou posse semana passada o reitor da nova Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (veja o link: http://blog-unilab.blogspot.com/ ). A Instituição Federal terá sede no Ceará (em Redenção, a 60 km de Fortaleza) e receberá alunos brasileiros e de todos os países falantes de língua portuguesa, principalmente os africanos. Haverá, é claro, quem pergunte por que criar uma universidade federal tão perto da sede de outra, a UFC, neste caso; afirmarão até se tratar de mau uso do erário, ou de medida eleitore

Falando em Educação....

Seguindo a lógica do "nada é tão ruim que não possa ser piorado", quando o Estado acerta, vêm os pais e... putz! Em São Paulo há pais querendo censurar - isto mesmo: C-E-N-S-U-R-A-R! - um livro indicado pela Secretaria de Educação do estado. Trata-se de uma recente e relativamente famosa antologia de contos brasileiros. Os zelosos guardiães "da moral e dos bons costumes" sublevaram-se contra UM dos textos do livro, uma narrativa de Ignácio de Loyola Brandão. Cliquem no link e vejam o que a ignorância é capaz de fazer! http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/08/pais-que-pedem-recolhimento-de-livro-sao-burros-diz-escritor.html

A EDUCAÇÃO, O CLIENTE E SUA RAZÃO

Luciano Carvalho do Nascimento Na história de nosso país, muitos acontecimentos são creditados a “forças ocultas”, ou “aos poderosos”, sem que ninguém, muito menos o eventual usuário dessas expressões, dê “nomes aos bois”, defina que “forças” são essas, de onde emana esse tal “poder”. É uma prática culturalmente herdada e difundida no Brasil essa de atribuir o convenientemente inexplicável ao místico – sim, porque só no nível da (in)coveniência não se encontram explicações para algumas coisas. Na maioria das vezes, o que justifica determinadas características de nosso país seria muito facilmente apontado com um pouco de honestidade e bom-senso. Um mínimo de razão, para simplificar. É o caso da Educação. Já é um clichê bastante antigo afirmar que ela – a Educação – é a única maneira de salvar nosso povo, de dar a ele alguma oportunidade de real desenvolvimento. Os iluministas, cheios de Razão, influenciaram grandemente a organização das políticas educacionais de vários Estad

Eparrêi, minha mãe Iansã!!!

O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn). Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada com o elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná. A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover. Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na art

Kaô kabecile, meu pai Xangô!

XANGÔ Divindade do fogo e do trovão, e da justiça. Rei de Oyó. Tem grande importância nos segmentos do candomblé com origem em terras Yorubá, importância esta representada pelo seu instrumento sagrado chamado Xére - que é tratado e visto com grande respeito por qualquer aborixá (adorador de orixá). XANGÔ é um Orixá temido e respeitado, é viril e violento, porém justiceiro, e muito vaidoso. Xangô era muito atrevido e violento. É grande justiceiro, sempre castigando os ladrões e malfeitores. Por esse motivo diz-se que quem teve morte por raio, ou teve sua casa ou negócio queimado pelo fogo, foi vítima da ira de Xangô. Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência sobre as pessoas e de dominar a todos; são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados. Porém, quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável. Os filhos de Xangô são tidos como grandes conquistadores, são fortemente atraídos pelo sexo