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Mostrando postagens de maio, 2013

Entre barcos e panelas de pressão, poesia

Esdruxulamente poético. É o que se pode dizer do cenário da prisão de Dzhokhar Tsarnaev, jovem de 19 anos, de origem chechena, um dos autores do atentado a bomba na maratona de Boston, em abril último. Depois de longa caçada, os policiais locais encurralaram o rapaz nos fundos de um quintal, ferido, dentro de um barco. Como há muito tempo acredito que na raspa do tacho de qualquer coisa sempre vem junto alguma poesia, não creio que com esse atual já-velho caso de violência pudesse ser diferente. Certamente era de ligação o místico Verbo que no princípio apenas “era”. “Sendo”, ele ligava os seres a suas singularidades. Singularidades poéticas, sem dúvida, escandidas num mundo inapelavelmente uno, paradoxalmente vário, e necessariamente transitivo. Intransitividade é invenção recente, nasceu rótulo gramatical; na vida real é a poesia que desde sempre atravessa tudo, súbito relâmpago ascendente, trovão luminoso. Muitas vezes os olhos não a veem, os ouvidos não a captam, o paladar en

MÃE ÁFRICA

(Música: BENÉ LESSA e MÁRIO PEDRO; letra: LUCIANO NASCIMENTO) Das savanas, vêm Mandelas, mandá-las de todo porvir; das Bahamas, marleyanas memórias, kizomba, Zumbi; um mar de esperanças se "luthernizou": "I have a dream..." As mucamas já não são mais escravas do mesmo servir; de suas mamas jorra a linfa da bênção, o axé de Zambi; o sonho de um povo se realizou: "We´ve reached The dream!" Mama África, mama Loba, mama! Obá mandou bramar suas águas! A enxurrada de Obá mantém fortes os filhos que Mama Loba ama.