Soube, por e-mail, da demissão de Maria Rita Kehl do jornal Estado de São Paulo, por posicionar-se contrariamente à opção declarada do jornal paulista no tocante às eleições presidenciais. Resolvi, então, escrever umas coisinhas sobre como vejo o tempo de escolhas que vivemos. O período eleitoral é sempre um tempo interessante pelo quanto de crenças e de práticas - às vezes inconscientes - ele revela. O devaneio juvenil e separatista comum em algumas capitais brasileiras é uma dessas práticas, evidenciadas reiteradamente nos últimos dias, veiculadas pelo discurso cegueta de defesa da meritocracia neoliberal como contraponto a um alegado assistencialismo populista. Esse embate está no âmago de muitos outros discursos, como a questão das ações afirmativas (o sistema de cotas raciais/sociais, por exemplo), dos programas estatais de distribuição de renda (as "bolsas" que os governos distribuem entre a população miserável), e da expansão da rede de ensino superior público
Alguns lugares, à primeira vista, encantam. Então chegamos mais perto e, bem de perto, muitas vezes vemos que eles não têm nem beleza nem feiúra; que, na verdade, não repelem, tampouco atraem, não dizem nem calam. Entendemos, enfim, que existem lugares vazios até de negativas. Com muitas pessoas pessoas acontece exatamente o mesmo. Deus me livre!